José
Luís de Caldas (Tio-avô de Armando E. C. Caldas) |
Eternamente (poema) O Poço de Carocho (conto)
Livros publicados:
- Vita Mea...(em colaboração) - Filhas de Eva (estudo histórico crítico) - Mundo de Feras (poemeto) - Amor Inquieto (peça em um acto) |
- A Maçã do Pecado (sonetos) - Tudo (contos) - Arraial Minhoto (versos) |
ETERNAMENTE
Por José Luiz de Caldas
(Almanaque Arcoense-1928)
Eu amo sem ter voz… Tu amas em segredo…
E não andamos, não, pelas bocas do mundo…
Assim envergonhado, o amor é profundo,
Como um sonho de luz que se desenha a medo.
Sem ninguém o saber, vamos de manhã cedo
Prender a devoção num beijo gemebundo,
E à tarde, quando o dia em sombras é fecundo,
Ficamos a rezar na gruta de um enredo.
Fechados num sorriso há ninhos feitos de hera,
Perdida num olhar encontra-se a quimera,
Que leva os corações ao culto apetecido.
Tudo é mistério em nós… E neste mudo encanto,
Que afaga como o sol, que benze como um santo,
È sempre duradouro o amor desconhecido.